Gastroenterite e colite não-infecciosas, não especificadas
Problemas digestivos podem ter diversas causas, desde infecções virais e bacterianas até distúrbios inflamatórios crônicos. Quando um paciente apresenta sintomas como diarreia, dor abdominal e inflamação intestinal sem uma causa específica identificada, os médicos utilizam o código CID-10 K529 – Gastroenterite e Colite Não-Infecciosas, Não Especificadas.
Se você recebeu esse diagnóstico e deseja entender melhor o que significa, suas possíveis causas e como tratar, continue lendo este artigo.
O CID-10 K529 é um código usado para classificar casos de gastroenterite e colite em que a causa não é infecciosa e não foi especificada. Isso significa que:
✔ O paciente apresenta inflamação no trato gastrointestinal, mas sem infecção bacteriana ou viral confirmada
✔ A origem da inflamação pode ser desconhecida ou estar em investigação
✔ O diagnóstico pode ser provisório, até que exames complementares sejam realizados
Essa condição pode se manifestar de forma aguda (curta duração) ou crônica (persistente por semanas ou meses).
Os sintomas variam de acordo com a gravidade do quadro e podem incluir:
🔹 Diarreia – pode ser leve ou intensa, com ou sem muco
🔹 Dor abdominal – cólicas frequentes ou dor difusa na região do abdômen
🔹 Náuseas e vômitos – mais comuns nos quadros agudos
🔹 Distensão abdominal – sensação de inchaço e gases
🔹 Perda de apetite – devido ao desconforto digestivo
🔹 Desidratação – em casos de diarreia intensa
🔹 Presença de sangue ou muco nas fezes – em casos mais graves
Se os sintomas forem persistentes ou muito intensos, é essencial procurar atendimento médico para uma avaliação detalhada.
Embora a gastroenterite e a colite infecciosas sejam comuns, há várias causas não-infecciosas que podem levar à inflamação intestinal, incluindo:
🔹 Doenças inflamatórias intestinais (DII) – como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa
🔹 Alergias ou intolerâncias alimentares – reação a certos alimentos, como lactose e glúten
🔹 Uso excessivo de medicamentos – anti-inflamatórios, antibióticos e laxantes podem irritar o trato digestivo
🔹 Estresse e fatores emocionais – distúrbios gastrointestinais funcionais, como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), podem ser desencadeados pelo estresse
🔹 Alterações na microbiota intestinal – desequilíbrio das bactérias intestinais devido a dieta inadequada ou uso prolongado de antibióticos
🔹 Doenças autoimunes – como colite microscópica ou enteropatias autoimunes
Como a origem pode ser variada, exames complementares são necessários para um diagnóstico mais preciso.
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica, considerando os sintomas relatados e o histórico do paciente. Em seguida, podem ser solicitados exames como:
🩺 Exames laboratoriais – hemograma, dosagem de eletrólitos e testes de marcadores inflamatórios
🩺 Exame de fezes – para descartar infecções bacterianas ou parasitárias
🩺 Endoscopia ou colonoscopia – para avaliar o estado do trato digestivo
🩺 Teste de intolerâncias alimentares – em casos suspeitos de alergias ou sensibilidade alimentar
Se nenhuma causa específica for identificada, o diagnóstico pode permanecer como CID-10 K529, sendo necessário acompanhamento médico para monitoramento dos sintomas.
O tratamento depende da causa subjacente, mas algumas medidas gerais podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente:
✔ Hidratação adequada – beber bastante água e soluções de reidratação oral, especialmente em casos de diarreia
✔ Dieta leve e equilibrada – evitar alimentos gordurosos, industrializados e irritantes para o intestino
✔ Probióticos – ajudam a restaurar a microbiota intestinal saudável
✔ Medicamentos sintomáticos – antiespasmódicos para dor, probióticos e reguladores intestinais (sempre sob orientação médica)
✔ Controle do estresse – práticas como meditação, atividade física e acompanhamento psicológico podem ser úteis
✔ Acompanhamento médico contínuo – em casos persistentes ou suspeita de doença inflamatória intestinal
⚠ Importante: O uso de antibióticos não é indicado para gastroenterite e colite não-infecciosas, a menos que haja confirmação de infecção bacteriana secundária.
Embora muitos casos de gastroenterite e colite melhorem com medidas simples, é fundamental procurar um médico se houver:
🚨 Diarreia intensa por mais de 3 dias
🚨 Presença de sangue nas fezes
🚨 Febre alta e persistente
🚨 Desidratação grave (boca seca, tontura, pouca urina)
🚨 Perda de peso inexplicada
🚨 Sintomas recorrentes ou crônicos
Esses sinais podem indicar condições mais graves que necessitam de tratamento especializado.
O CID-10 K529 – Gastroenterite e Colite Não-Infecciosas, Não Especificadas é um diagnóstico utilizado quando há inflamação intestinal sem uma causa infecciosa identificada. Essa condição pode ser causada por doenças inflamatórias, intolerâncias alimentares, estresse ou outros fatores que exigem investigação médica.
Se você apresenta sintomas gastrointestinais persistentes, é essencial buscar orientação profissional para um diagnóstico adequado e um tratamento eficaz. Manter uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e evitar substâncias irritantes para o intestino são medidas fundamentais para a recuperação e o bem-estar.
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O CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) é uma ferramenta crucial para profissionais de saúde e epidemiologistas em todo o mundo. Desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o CID-10
desempenha um papel fundamental na monitorização e análise da incidência e prevalência de doenças, bem como na compreensão das tendências de saúde globais.
Esta classificação abrangente e universaliza padrões para a categorização de uma vasta gama de condições médicas, incluindo doenças, problemas de saúde pública, sinais e sintomas, causas externas de lesões e circunstâncias sociais.
Ao estabelecer uma linguagem comum e uma estrutura padronizada, o CID-10 facilita a comunicação entre profissionais de saúde em diferentes regiões e permite a comparação consistente de dados epidemiológicos em escala global.
Ao utilizar o CID-10, os profissionais de saúde podem identificar com precisão as condições médicas, acompanhar sua prevalência ao longo do tempo e avaliar o impacto de intervenções de saúde pública. Além disso, o CID-10 desempenha
um papel essencial na pesquisa clínica, na formulação de políticas de saúde e na alocação eficaz de recursos para atender às necessidades de saúde da população.
Em resumo, o CID-10 é uma ferramenta indispensável para a análise e monitorização da saúde mundial, fornecendo insights valiosos que ajudam a orientar ações e estratégias para promover o bem-estar das comunidades em todo o mundo.
Capítulo | Descrição | Códigos da CID-10 |
Fonte: CID-10
Notas: As lesões e envenenamentos (capítulo XIX) admitem dupla classificação: pela natureza da lesão (causas S00-T98) ou pela causa externa (causas V01 a Y98). Para morbidade, admite-se o uso por ambas as classificações. O SIH/SUS, em sua regulamentação, indica o uso do capítulo XIX como diagnóstico primário e o capítulo XX como diagnóstico secundário, quando possível. Durante os primeiros meses de implantação da CID-10, foi admitido o uso do código U99 - CID 10ª Revisão não disponível, por dificuldades no treinamento e distribuição do material; assim, nesse período, deve ser considerada a existência de internações com diagnóstico não identificado. |
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I | Algumas doenças infecciosas e parasitárias | A00-B99 |
II | Neoplasmas [tumores] | C00-D48 |
III | Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários | D50-D89 |
IV | Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas | E00-E90 |
V | Transtornos mentais e comportamentais | F00-F99 |
VI | Doenças do sistema nervoso | G00-G99 |
VII | Doenças do olho e anexos | H00-H59 |
VIII | Doenças do ouvido e da apófise mastóide | H60-H95 |
IX | Doenças do aparelho circulatório | I00-I99 |
X | Doenças do aparelho respiratório | J00-J99 |
XI | Doenças do aparelho digestivo | K00-K93 |
XII | Doenças da pele e do tecido subcutâneo | L00-L99 |
XIII | Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo | M00-M99 |
XIV | Doenças do aparelho geniturinário | N00-N99 |
XV | Gravidez, parto e puerpério | O00-O99 |
XVI | Algumas afecções originadas no período perinatal | P00-P96 |
XVII | Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas | Q00-Q99 |
XVIII | Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte | R00-R99 |
XIX | Lesões, envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas | S00-T98 |
XX | Causas externas de morbidade e de mortalidade | V01-Y98 |
XXI | Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde | Z00-Z99 |
** | CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido ou inválido | U99, em branco ou inválido |
Médica formada pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), em Santa Maria/RS em 2007, com CRM/SC 20440. Cirurgiã Geral com residência médica no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre/RS (RQE 11728) e Cirurgiã Plástica com residência médica no Hospital Ipiranga, em São Paulo/SP com RQE 11729. Além de especialista pelo MEC e pela Associação Médica Brasileira, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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