A evolução da tecnologia na área da saúde tem transformado a forma como os profissionais atuam em consultório. Uma das inovações mais promissoras nesse cenário é a transcrição automática das consultas médicas, que permite converter falas em texto estruturado, gerando anamneses organizadas e completas com base em um modelo pré-definido pelo médico. Essa funcionalidade traz ganhos não apenas em eficiência e precisão dos registros, mas também em qualidade da relação médico-paciente.
A transcrição médica utiliza inteligência artificial e reconhecimento de voz para registrar tudo o que é dito durante a consulta entre o médico e o paciente. Esses registros são depois organizados automaticamente em um modelo de anamnese personalizado, com campos como queixa principal, histórico da doença atual, antecedentes, uso de medicamentos, entre outros.
Ou seja, a fala natural da consulta é transformada em um documento clínico completo, estruturado e pronto para análise futura.
A anamnese gerada a partir da transcrição costuma conter mais detalhes do que aquela digitada durante ou depois da consulta. Isso acontece porque o médico pode se expressar livremente, sem precisar filtrar ou resumir falas para ganhar tempo. Como resultado, informações relevantes — muitas vezes negligenciadas pela correria do dia a dia — passam a ser registradas e ficam disponíveis para análises futuras.
Esses dados, quando bem armazenados, se tornam valiosos não apenas para o acompanhamento do paciente, mas também para aplicação de inteligência artificial, que depende diretamente da qualidade e organização do histórico clínico.
Médicos frequentemente relatam que o ato de digitar durante a consulta prejudica o contato visual com o paciente e interrompe a fluidez da conversa. Com a transcrição automática, o profissional pode se dedicar inteiramente à escuta ativa, promovendo uma experiência mais acolhedora e empática.
Isso fortalece o vínculo com o paciente, aumenta a satisfação com o atendimento e, em muitos casos, melhora a adesão ao tratamento.
Ao automatizar o preenchimento da anamnese com base na própria conversa clínica, o médico reduz o tempo gasto com digitação, edição e correção dos prontuários. Esse tempo pode ser realocado para mais atendimentos, revisões de casos ou mesmo descanso — um recurso cada vez mais precioso na rotina médica.
Além disso, como o resumo é feito com base em um modelo pré-definido, o resultado final é padronizado, facilitando auditorias, compartilhamento de informações e tomada de decisões clínicas com mais agilidade.
Para que a transcrição funcione de forma eficiente, é essencial que o prontuário eletrônico da clínica permita:
O Hexapp, por exemplo, já trabalha com recursos que permitem a transcrição integrada à geração de anamnese, facilitando o registro completo de cada atendimento e promovendo uma gestão mais eficiente da jornada clínica do paciente.
Mais do que uma solução tecnológica, a transcrição de consultas representa um avanço na forma como a medicina é exercida. Ela oferece ao médico a possibilidade de estar 100% presente na escuta, sem precisar alternar o olhar entre o paciente e a tela do computador. Em paralelo, garante um registro clínico mais completo, útil para revisões futuras, tomada de decisão baseada em dados e até aplicação de ferramentas avançadas de IA.
Essa tecnologia não substitui o profissional: ela o libera para ser mais médico.
Médica formada pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), em Santa Maria/RS em 2007, com CRM/SC 20440. Cirurgiã Geral com residência médica no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre/RS (RQE 11728) e Cirurgiã Plástica com residência médica no Hospital Ipiranga, em São Paulo/SP com RQE 11729. Além de especialista pelo MEC e pela Associação Médica Brasileira, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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